Crescimento da economia brasileira em 2025
- José Maria Dias Pereira
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
O Brasil tem se destacado no cenário econômico da América Latina, registrando um crescimento de 1,4% no PIB no primeiro trimestre de 2025. Esse desempenho coloca o país como o quinto no ranking global de crescimento econômico, sendo o único representante da América Latina.
Nos últimos quatro trimestres, a economia brasileira apresentou um crescimento significativo, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário e pelo consumo das famílias. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) registrou uma elevação de 3,5% no acumulado do período. Esse desempenho reflete a recuperação econômica pós-pandemia.
O setor agropecuário foi o grande destaque, com um crescimento expressivo de 12,2% no primeiro trimestre de 2025. Esse avanço foi impulsionado por uma safra recorde de soja e por condições climáticas favoráveis. Além disso, o setor de serviços, que representa cerca de 70% da economia brasileira, também contribuiu para o crescimento, com destaque para as áreas de informação e comunicação, que cresceram 3,0% no período.
Por outro lado, a indústria apresentou um desempenho mais modesto, com uma leve queda de 0,1% no primeiro trimestre de 2025. A indústria de transformação e a construção civil foram os segmentos que mais sofreram, impactados por uma política monetária restritiva e pela necessidade de ajustes fiscais.
O consumo das famílias também teve um papel expressivo na expansão do PIB, com um crescimento de 1,0%, no primeiro trimestre de 2025. Esse aumento foi impulsionado pela melhora do mercado de trabalho e pela ampliação do crédito, permitindo que os brasileiros mantivessem seus padrões de consumo, mesmo às custas de maior endividamento.
A formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos na economia, registrou um crescimento de 3,1%, indicando o um ambiente favorável para novos negócios. Entretanto, a taxa de investimento do país ainda continua em 17,8% do PIB, quando deveria ser, no mínimo, 20%. Essa é a fatia da renda que é destinada à ampliação da capacidade produtiva - condição necessária para que o país cresça de maneira duradoura e sustentável nos próximos anos. Como, pelos dados do IBGE, a nossa taxa de poupança foi de 16,3, a diferença precisa ser financiada com capital externo.
Devido ao aumento das importações, necessárias para manter a atual taxa de crescimento do PIB, o déficit externo cresceu no último trimestre. Ao contrário do que diz Donald Trump, o Brasil está comprando mais do que vendendo para os Estados Unidos e outros países, o que indica que a economia está consumindo mais (demanda) do que produz (oferta). Isso repercute na inflação e, mais à frente, a taxa de juros sobe, o que provoca uma desaceleração da taxa de crescimento da economia.
Em resumo: a necessidade de ajustes fiscais e a política de juros elevados podem impactar negativamente o crescimento da economia nos próximos trimestres. No entanto, medidas governamentais, como incentivos ao setor produtivo e programas sociais, podem ajudar a sustentar o crescimento. Não acontecendo nada anormal, a estimativa do Ministério da Fazenda é de uma taxa de crescimento do PIB, da ordem de 2,4% em 2025.
(artigo publicado no jornal Diário SM impresso em 11/06/2025)
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