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Holocausto de judeus

Foto do escritor: José Maria Dias PereiraJosé Maria Dias Pereira

Falando de improviso, isto é, sem ler texto previamente preparado pela assessoria, Lula provocou uma forte reação negativa, por parte do atual governo de Israel, ao mencionar o Holocausto de judeus. Porém, ao contrário da maioria, não acho que, ao fim e ao cabo, o resultado tenha sido negativo para o presidente. Claro, existem perdas também, principalmente para a nossa diplomacia, que foi pega desprevenida, uma vez que estava envolvida com a preparação do G20, no Rio. 

 

 O incidente diplomático teve mais repercussão do que tudo que falou Joe Biden até agora, por exemplo. Envolvido, "até o pescoço", na sua política externa em apoiar seu aliado Israel, que não quer um cessar fogo humanitário, o discurso do governo norte-americano, até agora, não foi além de uma fraca condenação ao massacre de civis na faixa de Gaza. Pode ser que mude, devido à proximidade das eleições no EUA (que está na fase de “primárias”). 

 

Embora condenando as palavras usada por Lula – no caso a comparação entre o Holocausto e o massacre na Faixa de Gaza – os Estados Unidos viram, talvez, no desejo de Lula tornar-se uma liderança mundial, uma oportunidade de pressionar Israel sem um envolvimento direto. Tanto que mandou para a conferência o Secretário de Estado, Antony Blinken (descendente de judeus), que teve uma reunião mais longa do que o esperado com Lula, em que, segundo ambos declararam, convergiram em vários pontos, inclusive com a criação de um Estado Palestino.  

  

Fato é que Lula, como deveria ter feito desde o início, “passou a bola” para o Ministério de Relações Exteriores brasileiro e foi cuidar da vida, isto é, da governabilidade (leia-se negociar emendas com o “Centrão” em troca de apoio). A reação de Israel, através do seu primeiro-Ministro (Benjamin Netanyahu) e do Ministro de Relações Exteriores foi desproporcional e, julgo eu, desrespeitosa. Além do uso de expressões chulas, como dizer que "Lula cuspiu no rosto dos judeus brasileiros", chamar o presidente de "Persona non grata", também constrangeu nosso Embaixador obrigando-o a visitar o Museu do Holocausto.  

 

Só o oportunismo de Netanyahu, que usa a guerra para se manter no poder, pode justificar o agressivo ataque à manifestação de Lula. Depois do massacre (Lula chamou de genocídio) perpetuado na faixa de Gaza, dificilmente se manterá no poder, pois sua popularidade já vinha despencando com o seu projeto autoritário de reduzir a legislação democrática de Israel, que levou muita gente a protestar nas ruas. O insuficiente esforço para a liberação dos reféns e a priorização da destruição do grupo terrorista Hamas deverão colocar um fim na sequência de “Bibi” (apelido de Netanyahu) à frente do gabinete israelense.  

  

O erro de Lula, ao comparar a situação de Gaza com o Holocausto, que resultou na morte de seis milhões de judeus, foi que desviou o foco da sua intenção de condenar os ataques indiscriminados de Israel, que têm resultado na morte de milhares de civis, entre eles mulheres e crianças indefesas. A pretensão do Ministro do Ministro de RE israelense de ensinar o que é o nazismo a Lula é arrogante e mal-educada. Mais absurda ainda é o pedido de impeachment da oposição! Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A vergonha é tanta que não querem seus nomes divulgados. 

 

Não é a primeira vez que a tentação de improviso, por parte de Lula, gera crises desnecessárias. Sua autoestima é tanta que, após ter "conquistado" o Brasil três vezes, pretende agora liderar a governança global. Seu "cavalo de Tróia" é a reforma do Conselho de Segurança da ONU que, devido ao poder de veto das grandes potências, caducou. É perda de tempo reunir um Conselho que não consegue decidir nada. Criado com a ONU no fim da II Guerra (1944), para evitar guerras, hoje está completamente desmoralizado. 

  

Na minha opinião, caberia a comparação dos campos de concentração nazistas com a prisão a céu aberto de Gaza. Afinal, os palestinos não podem ir a lugar nenhum. Acho que era isso que Lula queria dizer. Sem a pretensão de ensinar o que é o Holocausto para quem quer que seja, recomendo aos leitores um filme que vi recentemente. O título é “A Conferência”, na plataforma de streaming Prime Vídeo, que trata de uma reunião, em1942, do alto escalão nazista para planejar o assassinato em massa de milhões de judeus em toda a Europa. Na ocasião, após debaterem a demora para transportar os judeus nos trens, os oficiais nazistas chegaram à chamada “solução final”, ou seja, o uso do gás nos campos de concentração.  

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