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Inteligência artificial

Foto do escritor: José Maria Dias PereiraJosé Maria Dias Pereira

Elis Regina (1945-1982) foi "ressuscitada" por meio da inteligência artificial (IA) para um comercial publicitário comemorativo aos 70 anos da Volkswagen no Brasil. Madonna, atualmente com 64 anos, já começou a se preocupar com o uso da tecnologia. A cantora, que passou por uma internação hospitalar recente, proibiu uso de hologramas com sua imagem em shows póstumos.


Segundo reportagem do portal UOL, a produção de conteúdo textual, como livros e contos, feitas pela IA já é realidade. "Essa tendência vai se expandir cada vez mais. Se o conteúdo não for totalmente gerado pela inteligência artificial, provavelmente vai ser parcialmente. Roteiros de séries, de filmes, etc., sendo redigidos parcialmente ou totalmente por IA”. Uma das demandas da greve dos roteiristas e atores em Hollywood é que se coloque um limite no uso de ferramentas de inteligência artificial para a produção de conteúdo.


A utilização de cópias digitais de pessoas para a produção de conteúdo — como no comercial da VW com Elis – baseado em pessoas que ainda estão vivas ou que já faleceram, deverá ser cada vez mais comum. Da mesma forma, a tendência é que personagens sintéticos, que já são realidade na indústria de jogos, se expanda para outros produtos. Personagens totalmente sintéticos, com capacidade de conversação e de interação, poderão ter vida em filmes sem nenhum ator de fato. Você só tem o rosto, o resto é uma pessoa que não existe.


Segundo especialista na área de IA entrevistado pelo UOL, a perda de emprego de alguns profissionais desse setor é inevitável. Ele exemplifica com outras profissões extintas no passado com o avanço da tecnologia. Porém, ressalta que a tecnologia também cria novas funções. O desafio é aprender a usar esse ferramental para poder fazer o seu trabalho de forma mais eficiente. E conclui: “a questão não é que a inteligência artificial vai substituir o seu trabalho ou vai acabar com o seu trabalho. Alguém que faz o seu trabalho e que sabe trabalhar com inteligência artificial, para fazer o seu trabalho de uma forma mais eficiente”.


Lendo essa matéria do UOL, imediatamente veio-me na mente a comparação com o filme “Babilônia”, que tinha visto poucos dias atrás. Provavelmente, apenas os “cinéfilos” terão paciência e tempo para acompanhar uma trama com duração de três horas. O enredo do filme se passa no final da década de 1920, uma época de grande mudança em Hollywood, com a transição do cinema mudo para o cinema com áudio. Hoje, apesar da distância que nos separa daquela época, o efeito da IA pode ser comparável aos excessos dos artistas e cineastas durante uma era de luxo e depravação de Hollywood e sua inexorável decadência com o advento do cinema falado.


Boa parte dos personagens do filme são reais. Um desses personagens é um ator de nome fictício (representado na tela por Brad Pitt) que não percebe que o cenário mudou com a nova tecnologia e se sente traído por uma colunista de fofocas de artistas, que julgava ser sua amiga. O diálogo entre ambos é admirável. Ela prova que o que escreveu sobre ele não fazia diferença. Que os tempos mudaram e ele não tinha percebido. A excelente atriz norte-americana Jean Smart é a responsável por dar vida à colunista Elinor St. John no filme que, por sua vez, é um nome fictício de Louella Parsons, que foi, de fato, uma das principais colunistas de fofocas sobre os bastidores de Hollywood durante décadas.


Na verdade, ninguém sairá incólume da IA. Li que já existem aplicativos que escrevem artigos sobre qualquer tema solicitado. Basicamente, esses programas substituem o “copiar e colar” do passado, porém indo buscar a informação em vários sites numa velocidade espantosa. Esse colunista “robô” saberá de tudo, porém lhe faltará a verdadeira “alma” do escritor, ou seja, o estilo de cada ser humano se expressar em linguagem escrita. Um futuro sem "impressão digital" do autor nos ameaça? Estaremos prestes a nos tornar um simples número?

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8 de janeiro

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